Todos estão cansados da situação, Mas não ousam falar contra as leis da nação!

Kiko Zambianchi


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Treze milhões de crianças mortas de fome em um ano
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Eu não queria...juro que não! Não queria mesmo escrever sobre isso aqui. Desde o começo eu repudiei quem ficasse de campana esperando novidades ou levantasse cartazes a respeito do caso. Pois sempre soube que o caso Isabella Nardone não era/é um fato isolado. Claro, não é todo dia que vemos crianças serem jogadas pela janela. Mas também não é novidade notícias, nem denúncias sobre crianças estupradas, mortas, torturadas, etc., etc. Ou é? Ou será que é normal trancar uma filha por décadas em um porão? Ou matar a enteada e enterrá-la no quintal? Se fosse enumerar todos os absurdos que vemos nos noticiários faltariam linhas. Talvez o caso Nardone seja um grito, um concentrado de todas as escabrosidades reunidas. Uma maneira de indignar-se com tudo e todos de uma vez só.

Agora há pouco (07/05 às 23h) o pai e a madrasta foram levados às respectivas delegacias onde ficarão presos até julgamento. Na porta do prédio onde eles estavam haviam mais de 10 viaturas da polícia. Tinha mais curioso gritando e dando tchauzinho para a imprensa do que torcedor no jogo do São Paulo contra o Nacional, pela Libertadores. Sério!

E dá-lhe flashes ao vivo nas principais TVs. Repórteres e cinegrafistas disputando o melhor lugar, o melhor ângulo. Todo mundo acompanhando minuto a minuto, só pra ver a cara dos dois dentro do camburão. E, saindo do "plantão", da narração séria, os apresentadores e narradores voltam a programação normal: "E esse foi o trajeto até a delegacia (...) VOLTAMOS AGORA COM O FUTEBOL!!!!! :)" (Cleber Machado) e " Gente...tá ai a Tropa de Elite (??????), quer dizer o GOE (!!!) VAMOS AO DESFILE DE LINGERIE" (Luciana Gimenes).

Fazendo uma retrospectiva de dois meses a gente percebe o circo que virou. O dia do acontecimento, a avó de Isabella gritando que queria justiça contra o mostro que fizera mal à sua neta, quando mal sabia que era próprio filho; O dia em que, em uma entrevista exclusiva, Alexandre e Ana Carolina juraram que eram inocentes e contavam do amor pela menina; A conclusão da perícia e a confirmação de que eles eram os culpados da morte da menina. Sabe o que parece? CSI.

Posso falar? Foi arrepiante, credo. A solidão na multidão. No porta malas, (ou seria porta presos??) os dois. Que jogaram a vida fora... Deles e da família... Daquela avó, que queria justiça, e que agora é a mãe que vai passar o próximo domingo não muito diferente de sua ex nora.

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